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MARIA LUISA DOS SANTOS ALMEIDA CLEMENTE
ALCANHÕES

Põe-se ao lume um tacho com água suficiente para cozer:
4 Batatas médias partidas aos bocadinhos pequenos
1 Cebola cortada às rodelas ou picada
1 Pouco de sal a gosto
Ao mesmo tempo põem-se também a cozer juntamente com as batatas e a cebola, um tomate pequenino e sem pele, 2 couves portuguesas, a que se faz o seguinte: aproveita-se as folhas mais tenras, colocam-se em cima de uma tábua e esmagam-se um pouco os talos com o martelo de bater os bifes ou com qualquer outra peça. O que interessa é que fiquem batidas. Em seguida deitam-se no tacho e pega-se nas outras folhas com uma das mãos, deixando um bocado de fora no qual se dá um murro, ou uma pancada, como lhe queiram chamar, partindo-se esse bocado com a mão, que se deita no tacho. Puxa-se novamente um bocadinho a couve que está fechada na outra mão e faz-se a mesma operação, dando-se um soco, arrancando-se a seguir para dentro do tacho e assim sucessivamente, até a couve acabar (“o nome mais verdadeiro deste prato é: couve a murro”), mas também lhe chamam mangusto.

Logo que tudo esteja bem cozido tira-se do lume e repara-se, se a água é demais para o pão que se vai misturar. Se for tira-se um pouco; se é preciso deita-se mais, mas, é da máxima conveniência, calcular logo de início, a água, para não ter que acrescentar, nem ter de deitar fora.

Corta-se então para dentro do tacho, uma parte do pão de trigo e metade desta porção de pão de milho, aos bocadinhos pequenos. Mistura-se bem e quando tiver mais ou menos a consistência de uma açorda, é porque tem pão suficiente. Esta açorda é para se comer com garfo. Depois de se misturar o pão, rega-se com uma boa porção de azeite, um ou dois dentes de alho inteiros aos quais se deu uma pancada. Não para ficarem desfeitos, mas um pouco amachucados. Podem no entanto retirar-se antes de servir. Mistura-se ainda um bocado de malagueta, conforme o gosto de cada um, ou na falta desta um pouco de pimenta.

Depois destas misturas todas, leva-se novamente o tacho ao lume a ferver. Vai-se misturando tudo bem enquanto ferve e está pronto a servir acompanhado com as sardinhas assadas.

Nota: Embora este prato seja para comer com garfo, não é costume ficar muito seco.

 

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